Partilhar experiências e inspirar a intervenção arqueológica que será realizada no primeiro semestre de 2025 no âmbito do projeto HELP são os objetivos do Seminário Internacional “Arqueologia e Memória dos Campos de Concentração”, que tem lugar em Barrancos, Alentejo, a 26 e 27 de outubro, reunindo reputados especialistas no tema da arqueologia dos campos de concentração, do Brasil, Portugal, Espanha e Uruguai.

 

Destinado não só a especialistas e à comunidade local mas a todos os interessados e interessadas, o seminário realiza-se no Centro Interpretativo do Barranquenho (Rua Dona Maria das Dores Fialho Garcia, 4, 7230-010 Barrancos, Portugal, https://maps.app.goo.gl/8UX7u1qpQs5uLhGcA) , com um jantar no sábado na Sociedade Recreativa Artística Barranquense, com cante alentejano e poesia.

No domingo à tarde, os participantes visitarão a Herdade da Coitadinha e haverá um lanche-convívio. Na Herdade da Coitadinha foi improvisado um dos dois campos de refugiados em Barrancos estudados pelo projeto studied “HELP – Heritage, Environment, Liberty and People. Archaeology of the Spanish refugee camps in Barrancos, Alentejo (1936)” – sendo o outro As Russianas.

 

A sessão de abertura do seminário internacional de dois dias está a cargo de Leonel Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Barrancos (CMB), Cláudia Costa, vereadora da Cultura da CMB, Diogo Nascimento, diretor-coordenador da EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva responsável pela Gestão do Património, e Xurxo Ayán Vila (IHC – NOVA FCSH / IN2PAST), investigador responsável do HELP.

 

Entre os oradores estão, além de Xurxo Ayán e da investigadora corresponsável do projeto Dulce Simões (INET-md – NOVA FCSH), por ordem alfabética:

• Angélica Vedana, investigadora do CRIA – NOVA FCSH / IN2PAST.
• Candela Martínez Barrio, arqueóloga do Cabildo da Gran Canaria [espécie de Conselho Insular], Espanha; dirigiu várias exumações de vítimas do franquismo, incluindo no campo de concentração de Castuera (Badajoz, Espanha).
• Carlos Piriz, historiador, professor associado de História Contemporânea na Universidad de Cádiz, Espanha.
• Felipe Mejía, diretor do projeto arqueológico do campo de concentração de Albatera (Alicante, Espanha).
• Luis Antonio Ruiz Casero, historiador, investigador do Grupo de Investigación Complutense de la Guerra Civil y el Franquismo, Universidad Complutense de Madrid, Espanha.
• Márcia Hattóri, arqueóloga, investigadora no Instituto de Ciencias del Patrimonio do Consejo Superior de Investigaciones Científicas, Espanha.
• Pedro Fermín Maguire, arqueólogo, Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil).
• Tânia Casimiro, professora de Arqueologia na NOVA FCSH, investigadora do HTC – NOVA FCSH

 

A entrada é livre, sujeita à capacidade do espaço (cem pessoas).

 

Informações sobre o Projeto “HELP. Heritage, Environment, Liberty and People. Archaeology of the Spanish refugee camps in Barrancos, Alentejo (1936)”

Organização: Xurxo Ayán Vila (IHC – NOVA FCSH / IN2PAST), investigador responsável (IR) do projeto HELP e Dulce Simões (INET-md – NOVA FCSH), investigadora corresponsável (co-IR) do projeto HELP

Entidades colaboradoras: Câmara Municipal de Barrancos, Museu Municipal de Arqueologia e Etnografia de Barrancos, EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, Parque de Natureza de Noudar

Projeto HELP na Web: https://in2past.org/exploratory-projects-help/

Cinco grandes objetivos do projeto HELP, nas palavras do IR:

1. Aproximar-se da materialidade dos campos de refugiados republicanos de 1936, em Barrancos (Portugal/ Baixo Alentejo), a fim de reconstruir a vida quotidiana e as condições de vida dos seus ocupantes, a partir do cruzamento da documentação arqueológica com testemunhos orais e documentos de arquivos.

2. Realizar um estudo arqueológico exaustivo desta paisagem fronteiriça, para reconstruir a sua evolução ao longo do processo histórico, considerando que, atualmente, prevalece uma abordagem centrada na ecologia e no ambiente, em consonância com a sua promoção como parque natural. É intenção da equipa elaborar um relato rigoroso, que recupere a sua condição de “lugar de memória”.

3. Ir ao encontro do imaginário coletivo das comunidades locais, para analisar a memória preservada entre as novas gerações (portuguesas e espanholas), a partir da integração das populações no próprio processo de investigação, e a participação dos cidadãos.

4. Ao pretender contribuir para o desenvolvimento local e sustentável desta zona rural deprimida do Baixo Alentejo, o projeto HELP servirá de base a novos modelos de promoção da região, como “turismo de memória”. Ligando o passado traumático ao presente, num momento marcado por novos fluxos de refugiados e pela ascensão do neofascismo.

5. O projeto HELP assume uma clara vocação didática, como instrumento de promoção dos Direitos Humanos e Educação para a Paz, ao pretender recuperar os valores da solidariedade e da hospitalidade transfronteiriça tão necessários ao futuro.