O Monumento a Santalla de Bóveda (Lugo, Noroeste de Espanha) é um pequeno edifício semi-enterrado, sob a igreja paroquial de Bóveda, construído no século XVIII, com uma planta quadrangular absidal, que se dividia em três naves, uma pequena abside abobadada e uma planta retangular abobadada, onde se conservam pinturas de aves e elementos vegetais. O monumento suscitou grande interesse desde a sua descoberta, mas a sua cronologia e funcionalidade foram sempre objeto de controvérsia. Várias hipóteses sugerem que o monumento foi construído no período romano e outras por volta dos séculos V, VIII ou IX d.C. No entanto, até hoje não foi fornecida qualquer prova direta ou idade absoluta. A análise estratigráfica do edifício sugere cinco fases construtivas. Foram recolhidas amostras de tijolos e argamassas de todas as fases para realizar técnicas de datação absoluta e obter uma cronologia precisa e exacta. Para o efeito, foram utilizadas a datação por radiocarbono de argamassas e a datação por luminescência opticamente estimulada (OSL) de tijolos e argamassas. No total, foram recolhidas 34 amostras, sendo 20 utilizadas para luminescência (argamassas e agregados de quartzo) e 15 utilizadas para idades de 14C (fragmentos de carvão de argamassas de cal). 5 amostras de tijolo foram também datadas por Termoluminescência (TL). As idades obtidas permitiram, pela primeira vez, estabelecer uma cronologia exacta e precisa, sendo a primeira fase atribuída ao século IV d.C. As alterações do edifício e as pinturas da abóbada foram efectuadas no início do século VII, enquanto a construção do segundo piso e as reparações pontuais foram efectuadas durante os séculos X a XII.

 

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