Lab2PT — Pessoas — Alunos de doutoramento
Perfil
Rui Pedro de Sousa Guimarães Ferreira
Desde 26/09/2023
id11185@alunos.uminho.pt
Ciência ID
EC1D-0190-3C3F
Ciênciavitae
n/a
ORCID
n/a
Grupo Lab2PT
LandS - Paisagens e Sociedades
Área Científica
Arquitetura
Orientação
Carlos Alberto Maia Domínguez
Titulo do Projeto
Do habitat que se regenera. Propostas para habitação baseadas em sistemas modulares em madeira
Resumo
Apesar do objetivo de alcançar a neutralidade climática até 2050, de modo a cumprir os objetivos do Acordo de Paris, o sector da construção civil continua a ser uma das principais indústrias emissoras de gases com efeito de estufa, sendo responsável por 40% das emissões mundiais de CO2. De facto, nas últimas décadas, a globalização e o crescimento demográfico conduziram a um aumento exponencial da procura no mercado da habitação e, por extensão, na indústria da construção. No entanto, a transição, que já começou, é desafiante e complexa tendo em conta que exige a participação mundial de numerosas organizações na alteração da forma como são utilizados os sistemas de construção que fazem parte do nosso quotidiano. A madeira revela-se como uma das alternativas mais utilizadas (em condições de silvicultura responsável) devido às suas qualidades físicas e, sobretudo, porque produz menos emissões de carbono durante o fabrico em comparação com o aço ou o betão. Além disso, como a madeira mantém a sua capacidade de armazenar CO2 após a aplicação e durante toda a vida útil do edifício, funcionando como um filtro natural de carbono, contribui para a redução das emissões de gases com efeito de estufa. Após mais de um século de aposta noutros materiais, nas últimas décadas os avanços tecnológicos têm permitido inovar os sistemas centrados na utilização da madeira, no entanto, existem ainda algumas questões que carecem de maior aprofundamento. É necessário padronizar os processos de produção e fabrico com base nos princípios da pré-fabricação e da modularização, de modo a obter uma maior precisão e otimização das soluções, diminuindo o tempo de construção, os preços e os desperdícios de matérias-primas. Além disso, este tipo de abordagem permitirá desenvolver novas soluções arquitetónicas que melhor se adequem às exigências das populações atuais. A maioria dos modelos permanecem como estruturas inflexíveis, fixas e monofuncionais que desencorajam qualquer tipo de reformulação, com base em matrizes que sustentam o modelo convencional da família tradicional e se baseiam numa compartimentação rígida e impenetrável. A adaptabilidade e a flexibilidade na habitação são, e sempre foram, necessidades e componente fundamental da arquitetura. As migrações à escala global, os diferentes tipos de co-habitação ou mesmo as mudanças interpessoais são algumas das questões a que os edifícios têm obrigatoriamente que dar resposta. Conceber tendo em conta a reversibilidade dos sistemas e materiais de construção permite não só o conceito de ""looping"" na construção, com vantagens ambientais que possibilitam o desenvolvimento de uma economia circular no sector, mas também desencadeia múltiplos benefícios sociais. Neste sentido, é imperativo desenvolver sistemas construtivos pré-fabricados e modulares capazes de dar resposta à formalização de uma proposta reversível que se ajuste à escala do tempo e às suas múltiplas reformulações, muitas das quais imprevisíveis. Devemos permitir que os edifícios mudem, cresçam ou diminuam ao longo da sua utilização, respeitando a sua própria natureza e, finalmente, a natureza das pessoas que os habitam. É a capacidade de antecipar o inesperado, de se adaptar aos fatores sociais e de ter em conta as mudanças demográficas da sociedade para estabilizar as comunidades, a base de uma verdadeira sustentabilidade.
Palavras-chave
Modular; Madeira; Flexibilidade; Habitação
Referência FCT
Disponível em breve
Unidade Orgânica
Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho