As mudanças do clima são inequívocas, generalizadas, aceleradas, irreversíveis e sem precedentes históricos. Diante da emergência climática, a busca por mitigação, adaptação e desenvolvimento resiliente do clima perpassa, atualmente, pela governança política. Embora haja avanços em algumas cidades e ações em nível regional e nacional, é necessário fortalecer as políticas de governança climática no Brasil na escala local, sendo já realidade em países europeus, asiáticos e norte-americanos. Nesse contexto, o objetivo da proposta é conceber uma agenda de governança para a escala local, mediante a indicação das evidências de eventos extremos e tendências de mudanças climáticas, o reconhecimento dos impactos associados à segurança hídrica, energética e alimentar e, sobretudo, a proposição de estratégias e tecnologias de mitigação e adaptação. Para tanto, serão consideradas como áreas em estudos algumas cidades brasileiras (Goiânia, Jataí e Itumbiara), moçambicanas (Maputo e Beira) e europeias (Porto, Sevilha e Barcelona). A seleção das cidades brasileiras levou em consideração os possíveis impactos relacionados ao abastecimento humano (Goiânia), à produção de alimento (Jataí) e à geração de energia elétrica (Itumbiara). Por sua vez, as cidades europeias servirão como campo de averiguação das experiências implementadas de adaptação e mitigação às mudanças climáticas, na ocasião de realização do estágio de pós-doutorado, ao passo que as cidades africanas foram definidas tendo em vista a vulnerabilidade socioambiental e a possibilidade de partilha das estratégias e tecnologias. A metodologia compreende as etapas de revisão bibliográfica e documental; tratamento de dados meteorológicos; compilação de dados secundários para caracterização e levantamento de impactos associados nexus água-alimento-energia e; proposição de estratégias e tecnologias de mitigação e adaptação mediante formulação de uma agenda de governança com diretrizes, ações e metas para gestores públicos. O projeto está alinhado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 das Nações Unidas, ao prover insumos que estimulem e orientem uma ação climática eficaz, perante a formulação de medidas de enfrentamento das mudanças climáticas, a partir da proposta de uma agenda de governança para redução das emissões de gases de efeito estufa (mitigação) e diminuição das vulnerabilidades socioeconômicas (adaptação). Não obstante, a proposta atende à perspetiva de internacionalização da pesquisa brasileira, mediante a parcerias concretas e perspetivas de novas colaborações de pesquisadores e instituições africanas e europeias, provendo sinergia, partilha e excelência no enfrentamento das mudanças climáticas.